Centenas de fiéis estiveram na Festa de São Lázaro, neste domingo (31), clamando pela paz. As comemorações ao Santo começaram no sábado, com as baianas lavando as escadarias, e seguem até hoje, com missas durante o dia.
Festa na Igreja de São Lázaro, onde simpatizantes do candonblé associam a Obaluaê. São Lázaro é o santo da cura, o banho de pipoca é como se fosse uma purificação e proteção para as doenças. O chão na frente da igreja fica coberto de pipocas. Aqui, uma devota ajoelha-se para agradecer ou pedir uma graça em cima do "tapete" branco.
Os tradicionais banhos de pipoca, na porta da Igreja, têm um significado. Segundo a Ialorixá do Terreiro Tupinambá, Vera Lúcia, “os banhos servem para ajudar as pessoas a alcançarem graças e fazer uma limpeza no corpo, e São Lázaro e o orixá Omolu são conhecidos por curar doenças, por isso a ligação do banho de pipoca com a festa”, explicou.
O Padre Rosivaldo Motta, celebrou a missa pedindo paz aos fiéis. ”Atendendo aos apelos dos fiéis, que tiveram amigos a parentes vitimados pela violência urbana, peço paz a todos”, ressaltou. Uma outra devota agradeceu as bênçãos. “Estou aqui hoje agradecendo tudo que recebi em 2010, sou devota de São Lázaro e sempre tomo o banho de pipoca, para ajudar a conseguir o que peço”, declarou Margarida Alves, que há 15 anos está presente na festa.
Durante todo o dia foram celebradas missas e por volta das 16h houve a procissão, que saiu da Igreja de São Lázaro, na Federação, e seguiu até o Cemitério Campo Santo. Segundo a Secretaria da Paróquia Ressurreição do Senhor, da qual faz parte a Igreja de São Lázaro, a partir desse ano a comemoração ao santo será sempre no último domingo do mês de janeiro.
São Lázaro é uma localidade dentro da Federação situada entre o Jardim Apipema, o Calabar e o bairro de Ondina. Habitado por famílias de todas as classes sociais, o bairro respira cultura, seja através das festas, ao padroeiro São Lázaro, a São Roque e a Omolu, ou através do núcleo de filosofia e ciências humanas da Universidade Federal da Bahia que funciona num casarão do século XIX.
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