domingo, 30 de janeiro de 2011

Festa de São Lazáro atrai Católicos e adeptos do Candomblé


Centenas de fiéis estiveram na Festa de São Lázaro, neste domingo (31), clamando pela paz. As comemorações ao Santo começaram no sábado, com as baianas lavando as escadarias, e seguem até hoje, com missas durante o dia.

Festa na Igreja de São Lázaro, onde simpatizantes do candonblé associam a Obaluaê. São Lázaro é o santo da cura, o banho de pipoca é como se fosse uma purificação e proteção para as doenças. O chão na frente da igreja fica coberto de pipocas. Aqui, uma devota ajoelha-se para agradecer ou pedir uma graça em cima do "tapete" branco.

Os tradicionais banhos de pipoca, na porta da Igreja, têm um significado. Segundo a Ialorixá do Terreiro Tupinambá, Vera Lúcia, “os banhos servem para ajudar as pessoas a alcançarem graças e fazer uma limpeza no corpo, e São Lázaro e o orixá Omolu são conhecidos por curar doenças, por isso a ligação do banho de pipoca com a festa”, explicou.

O Padre Rosivaldo Motta, celebrou a missa pedindo paz aos fiéis. ”Atendendo aos apelos dos fiéis, que tiveram amigos a parentes vitimados pela violência urbana, peço paz a todos”, ressaltou.  Uma outra devota agradeceu as bênçãos. “Estou aqui hoje agradecendo tudo que recebi em 2010, sou devota de São Lázaro e sempre tomo o banho de pipoca, para ajudar a conseguir o que peço”, declarou Margarida Alves, que há 15 anos está presente na festa.

Durante todo o dia foram celebradas missas e por volta das 16h houve a procissão, que saiu da Igreja de São Lázaro, na Federação, e seguiu até o Cemitério Campo Santo. Segundo a Secretaria da Paróquia Ressurreição do Senhor, da qual faz parte a Igreja de São Lázaro, a partir desse ano a comemoração ao santo será sempre no último domingo do mês de janeiro.

São Lázaro é uma localidade dentro da Federação situada entre o Jardim Apipema, o Calabar e o bairro de Ondina. Habitado por famílias de todas as classes sociais, o bairro respira cultura, seja através das festas, ao padroeiro São Lázaro, a São Roque e a Omolu, ou através do núcleo de filosofia e ciências humanas da Universidade Federal da Bahia que funciona num casarão do século XIX.

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