sábado, 12 de março de 2011

Brasil deve receber Tsunami na madrugada de sábado

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Localizado no meio de uma placa tectônica com baixa movimentação, o Brasil dificilmente é vítima de abalos sísmicos. Apenas um ou outro registro, principalmente no Nordeste do Brasil, mas em baixa magnitude e com poucos estragos.

Muito diferente do Japão, onde mini-terremotos acontecem diariamente, muitas vezes seguidas no mesmo dia. Nesta sexta-feira, um grande abalo, de 8,9 graus na escala Richter, atingiu o país asiático, assustando os moradores locais. Em seguida Tsunamis varreram grande parte do litoral deixando um rastro de destruição e morte.

Se os japoneses se assustam, imagine os brasileiros que lá estão jogando pela J-League. Caso do atacante Rodrigo Pimpão, ex-Paraná Clube e Vasco, atualmente no Cerezo Osaka. Ele descreveu os momentos de pânico em que passou pela sua página no twitter.

“Antes do treinamento no vestiário sentimos o terremoto, cerca de 20 segundos balançando quando acabou o treinamento..Recebemos as informações que os jogos de amanhã e domingo foram cancelados. A situação aqui é triste. Tsunamis afetaram várias cidades...

Os jogadores da equipe ficaram preocupados com seus familiares e vieram correndo para o vestiário buscar informações para saber se tudo esta bem...Em Osaka, cidade onde moro, só sentimos o terremoto. Lamentável a situação. Aqui está tudo bem”, escreveu o @r11pimpao.

Já o ex-são-paulino Jorge Wagner estava em uma estação de trem quando os abalos começaram. “Estamos aqui ainda na estação Shin-Yokohama. Muita correria da população”, relatou o @jwagner07, jogador do Kashima Reysol. A rodada da J-League foi adiada devido ao terremoto.

O tsunami gerado pelo terremoto que atingiu a costa nordeste do Japão na madrugada desta sexta-feira também deverá chegar ao Brasil, a exemplo do que aconteceu com a onda criada pelo tremor que abalou a costa da Ilha de Sumatra, na Indonésia, em dezembro de 2004.

Mas, como a distância é muito maior e há mais obstáculos no caminho, o fenômeno deverá ser quase imperceptível. Até o início da noite de hoje, nenhum marégrafo da Marinha havia registrado alterações no nível do mar e a expectativa era de que sinais dele só seriam vistos pelo menos 26 horas depois do tremor, isto é, na madrugada deste sábado.

"O fenômeno está atualmente afetando diretamente apenas o Oceano Pacífico, incluindo a margem oeste do continente americano. Por esse motivo, não se espera haver riscos à navegação na costa brasileira, embora exista a possibilidade de que a onda se propague através da comunicação entre os oceanos Pacífico e Atlântico, pelo Canal de Drake.

Neste caso, a previsão de chegada dos sinais de presença do tsunami seria após 26 horas da ocorrência registrada no Japão e provavelmente de forma bastante atenuada", informou a Marinha.

Paulo Rosman, professor de engenharia costeira e oceânica da Coppe/UFRJ, explica que tsunamis só são gerados quando há deslocamento vertical do solo do oceano devido ao terremoto, o que aconteceu no caso do tremor no Japão.

No epicentro a onda atinge sua maior altura, que cai a medida que ela vai se irradiando. Como a densidade de energia da onda é proporcional ao quadrado de sua altura, ela perde força rapidamente.

- Mas a grande diferença de um tsunami para uma onda comum não é a altura, e sim o comprimento - diz. - É a diferença de ser atropelado por uma bicicleta e por uma locomotiva.

Enquanto uma onda na praia tem comprimento de algumas dezenas de metros, a do tsunami tem dezenas de quilômetros. A massa de água em movimento é muito maior, então uma onda de 20 quilômetros que entra dois quilômetros para o interior não é nada, é só uma lambida, mas que carrega tudo que está pela frente como se fossem folhas boiando.

Segundo Rosman, como o Japão está no meridiano oposto do Brasil e no Oceano Pacífico, o efeito do tsunami no país deve ser ínfimo. No caso do terremoto na Indonésia, a costa atlântica brasileira estava mais próxima e o espaço para a onda passar entre a África e a Antártica era mais aberto.

- Assim, o tsunami deve chegar ao Brasil com uma altura muito menor, provavelmente com apenas um centímetro, e ninguém vai notar - estima.

Palavras importantes:

JISHIN - Terremoto
YOSHIN - Terremoto ou tremor em menor escala que se repete várias vezes após o sismo de maior escala
KEGA - Ferimento
YAKEDO - Queimadura
HINAN BASHO - Abrigo
HINAN KANKOKU - Ordem para buscar um abrigo
TSUNAMI - Maremoto
TSUNAMI KEIHOU - Sinal de maremoto
TASUKETE! - socorro!
TSUNAMI NO OSORE GA ARIMASU - Há possibilidade de tsunami
TAKADAI - Ponto elevado de refúgio

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