Uma forte explosão atingiu a usina nuclear de Fukushima, a 240 quilômetros de Tóquio, mas não chegou ao reator. O acidente aconteceu cerca de 24 horas após o terremoto de 8,9 pontos na escala Richter que devastou o nordeste do Japão. Há quatro trabalhadores feridos, mas nenhum deles com gravidade.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) solicitou "com urgência" às autoridades japonesas informações sobre a explosão e a situação do reator 1 da usina de Fukushima.
O Japão declarou estado de emergência nas duas usinas em Fukushima. Nas primeiras horas após o terremoto, a preocupação se concentrava no reator 1 da usina de Fukushima Daiichi.
Mais tarde, revelou-se que na outra usina da região, a Fukushima Daini, três dos quatro reatores apresentaram o mesmo problema de falha no sistema de resfriamento. Em seguida, as autoridades informaram problemas no sistema de um segundo reator em Fukushima Daichii.
As usinas deixaram de operar. Apesar disso, mesmo não operando, o núcleo do reator se mantém aquecido e, sem o sistema de resfriamento, a pressão interna aumenta e há o risco de ocorrer um acidente.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse que a segurança da população em torno das usinas de Fukushima são a prioridade número 1:
- Primeiro temos que salvar vidas; então, precisamos tornar o mais fácil possível a situação para as pessoas nos abrigos. Em seguida, partiremos para os esforços de reconstrução.
A Tokyo Electric Power, operadora das usinas, confirmou, na manhã deste sábado (horário local), que radiação foi liberada para reduzir a pressão e proteger de danos o reator 1 de Fukushima Daichii. Segundo os técnicos, a quantidade de radiação não vai afetar o ambiente e nem oferece risco à saúde.
Esta é a primeira vez na história do país que o governo declara estado de emergência em usinas nucleares. O Japão tem 55 reatores que fornecem cerca de um terço da energia elétrica consumida no país.
Colunas de fumaça podiam ser vistas subindo da usina, na qual técnicos enfrentam dificuldades para conter a pressão interna no reator, elevada devido à paralisação do sistema de resfriamento.
O governo japonês pediu calma à população e informou ainda investiga as razões da explosão. O porta-voz Yukio Edano disse que os níveis de radioatividade na usina estão dentro do aceitável.
Logo depois do terremoto, o governo determinou a evacuação da população morada em torno da usina. Incialmente, a ordem alcançava moradores num raio de 10 quilômetros em torno da unidade nuclear.
Neste sábado, como medida de precaução, o perímetro de segurança foi aumentado para 20 quilômetros. Quarenta e cinco mil pessoas deixaram suas casas. A explosão teria ocorrido após uma réplica do tremor desta sexta-feira, quando operário trabalhavam para resfriar o reator nuclear.
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